terça-feira, 9 de setembro de 2014


Já confundi os sentimentos, segui um caminho errado

e ainda sigo a caminhar pelo desconhecido. 
Já fiz juramentos eternos, escrevi na parede da escola
e chorei sozinha em algum sítio por algo que me aconteceu; 
Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que 
são as mais difíceis de esquecer. Já corri para não
deixar alguém a chorar, já fiquei só no meio de mil pessoas 
sentindo a falta de uma única. Já implorei para que uma
pessoa voltasse, mesmo sabendo que era impossível. 
Já descobri que a distância para casa de um amigo nunca é 
demasiado longa. Que os verdadeiros amigos são muito poucos 
e que temos de preservar os que temos.
Já caí antes de um compromisso importante, já fui a primeira
e a ultima a chegar. Já errei e pedi desculpa com todas 
as forças que tinha. Já me emocionei com pequenas mas
grandes coisas. Já senti medo da escuridão, já tremi de
nervos, já quase morri de amor e renasci novamente
para ver o sorriso de alguém especial. Já acordei a meio
da noite e senti medo de me levantar. Já tentei conduzir
só com as mãos. Já gritei bem alto por algo em que acreditava. 
Já cantei no meio da rua, dancei com um desconhecido, lidei com 
pessoas especiais e disse 'Aqui fui feliz'.
Já deixei objetivos para trás em busca de outros. Já descobri paixões
escondidas e, no meio do nada, avancei. 
Já cantei rodeada de amigos na praia, no metro do Porto e já fomos
filmados por desconhecidos.
Já apostei em me despir na rua, gritei de felicidade, roubei flores
num enorme jardim. Já me apaixonei e pensei que era para sempre, 
mas era um “para sempre” pela metade. 
Já abracei e fui abraçada da melhor forma possível. 
Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol 
substituir a lua; já chorei por ver amigos partir e depois
descobri que chegaram outros novos e que a 
vida é um ir e vir permanente. Já raspei o fundo da panela
onde se cozinhou o bolo. Já me magoei a tocar trompete
e chorei ao escutar determinada música no autocarro. 
Já cantei, cantei e nunca me fartei. Já falei até ao nascer
do dia ao telemóvel. Já subi até ao terraço para agarrar estrelas,
já subi a uma árvore para roubar fruta, já caí de uma escada. 
Já vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado, 
já mergulhei para a piscina e não quis sair mais de lá,
já dei saltos enormes e já caí ao apertar o biquíni.
Já me envolvi numa luta entre a onda e eu, onde saí 
vencedora. Já corri por montanhas e estradas, já levei com
a chuva a meus pés. Já senti a amargura da vida,
mas também já senti a grande alegria e felicidade. 
Já descobri que não mando nada, que as coisas 
simplesmente acontecem e que se forçarmos perdem 
toda a piada. Já sorri como perdida e já chorei como desalmada, 
já fiz coisas que não pensei fazer.
Já descobri que a vida é demasiada para não ser vivida,
que devemos aproveitar cada segundo e que devemos
dizer sempre tudo aquilo que nos vai na alma.
Enfim, já descobri e fiz muita coisa. E muita mais coisa virá.


E no entretanto sou assim ... única e acima de tudo, feliz.

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